Translate

30 de janeiro de 2015

Apesar de tudo, ainda vamos falando

Apesar de tudo, ainda vamos falando, saímos quase todas as semanas, e até vamos namorando, quando o tempo assim nos permite.

Mas nada é como foi um dia. Sabíamos que as circunstâncias nos afastariam inevitavelmente.


Desde sempre que sabíamos que seguiríamos caminhos diferentes, mas desejava que esse dia nunca chegasse. E, no fundo, nunca chegou: foi chegando.

E sem nos aperceber-mos, essa distância tomou o lugar da cumplicidade que nos unia, e num instante, estávamos longe um do outro. Ambos demos passos em direções que nos desuniram.

Mas sei e sinto que ainda nos amamos. Amamo-nos, e isso não mudará nunca.

Mas tenho saudades; tenho saudades daquele mundo que criávamos nas tardes de verão, só nós, mais ninguém. Com o resto do mundo lá fora, sem intromissões.

Por vezes, ali ficávamos, sem nada dizer... Outras, falávamos até perder a noção do tempo...

Tenho saudades nossas.

Saudades tuas.

Saudades do que fui contigo.

Saudades do que tivémos e que, no fundo, nunca foi nosso.

Saudades do que nunca fomos.

Saudades de imaginar o que poderíamos ser.

Apenas saudades.

E essas não passam, por muitos encontros fugazes que tenhamos, por muitos sorrisos que se troquem, por muitas conversas de circuntância que mantenhamos, apenas por parecer bem.

Não; essas saudades nunca vão passar.

Porque o que tentámos ser um dia, o tempo já levou para longe.

Mas fico grata pelas lembranças que recordamos juntos, pelo amor que fica e pela oportunidade de te ter tido como meu, mesmo que apenas por uns momentos.

E tu, tens saudades (minhas)?

Sem comentários:

Enviar um comentário