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26 de junho de 2015

Malmequer

Tenho tentado dizer-to... 

Procurei no meu ser as palavras certas para te confessar o que me vai no peito, mas não me parece que tais palavras possam existir neste mundo. 

Questiono-me até se tu serás daqui, ou de um outro mundo em que a perfeita imperfeição seja impreterível ao nascer.

24 de junho de 2015

Essa tua ideia

Desejas-me só para ti. Sussurras-me que sou só tua. Dizes que não me queres perder. Por entre linhas e parágrafos, confessas que me amas.

Mas tu não estás apaixonado. Tu não me prendes nos teus braços; nem um bocadinho. Eu vou fugindo por entre os teus dedos, e tu não me agarras. Tu não chamas pelo meu nome quando te deitas, mesmo que te lembres de mim antes de adormecer e logo que acordas.

23 de junho de 2015

Meu pedaço de mim

Pequenino anjo,

Os teus olhos de brilho pérola reflectem o brilho do meu sorriso. Será que percebes que és o motivo de tamanha felicidade? Consegues entender que toda a riqueza dos sete mundos em nada se compara ao amor que trago no peito? 

22 de junho de 2015

Dançar na chuva

Vai ficar tudo bem. Amanhã já passou. Tu és forte, vais ver que vences isso.

Quantas e quantas vezes eu quis ouvir estas palavras? Mais que isso, quantas vezes quis acreditar nelas? Quantas vezes me agarrei aos dizeres populares como "quem espera sempre alcança" ou "depois da tempestade vem a bonança"?

18 de junho de 2015

Desamor


Enquanto a lua adornar o céu, não me irei lembrar mais de ti. 
Não quando no brilho do mesmo luar me deixaste para trás.

Enquanto os rios fluírem, não te darei mais de beber. 
Não quando a minha sede não saciaste quando implorei a tua água.

17 de junho de 2015

Ponto de luz

Era uma noite de Junho e a algazarra das festas da aldeia era notória. Todas as ruas estavam decoradas com fitas brilhantes de todas as cores.

O aroma inconfundível a manjericos misturava-se com o cheiro apetitoso das sardinhas, e a música popular ecoava do palco com pedidos de um balão ao São João.

15 de junho de 2015

E se eu cair?

Tinha jurado a mim mesma que não cairia de amores por mais ninguém. 

Até porque são poucas as coisas que caem e não se partem. 

E mesmo que permaneçam inteiras, as mossas são visíveis até ao fim dos tempos.

12 de junho de 2015

Pássaro livre

Há muito, muito tempo, eu era livre.

Livre de escolher o que queria e quem queria. E por isso te escolhi a ti. Eras tu quem eu queria ter por perto e era contigo que eu queria voar.

Lembro-me dos nossos finais de tarde a ver o pôr-do-sol na praia e de como ficávamos sentados na areia horas a fio a olhar o horizonte.

9 de junho de 2015

Que nunca por vencidos se conheçam

Todas as auroras eu vestia o meu fato de coragem à prova de derrotas e carregava às costas o meu seguro de vida. Passaram quase vinte anos e ainda sinto o peso da minha mochila verde. 

As caras cansadas dos meus camaradas ainda me aparecem em alguns pesadelos embalados pela recordação dos estrondos que saiam dos canos das nossas armas. 

8 de junho de 2015

Mãos de mãe

Querida mãe,

Posso tocar nas tuas mãos? Deixa-me segurá-las junto das minhas e proteger-te do rumo da vida. 

Conta-me outra vez aquela história. Aquela em que eu caí e tu, com as tuas mãos jovens e delicadas me seguraste no colo e limpaste os arranhões dos joelhos. 

5 de junho de 2015

Da minha janela


Todos os dias ele vai ao mesmo café, pela mesma hora. Não sei se pelo delicioso cappuccino de baunilha que lá fazem, se pela elegante morena que lho serve com um sorriso invejável. Ele entra às 9:05 da manhã com o jornal debaixo de um braço e a pasta de couro no outro, seguindo para a mesma mesa de sempre.

4 de junho de 2015

Amor próprio

Aqui estamos, despidos de defesas, decorados com todos os nossos defeitos e com todos os nossos segredos espelhados na troca de olhares.

Entrego-te este frasco bonito, neste lugar sem nome, numa época sem data. Aqui deves guardar o sentimento que invade as artérias e o motivo porque o coração canta todos os dias: o amor.