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11 de janeiro de 2015

Eutanásia

Juraste ser consciente e digno.

Juraste ter a minha saúde como primeira preocupação. Juraste guardar respeito absoluto pela vida humana desde o seu início, mesmo sob ameaça, e não fazer uso dos teus conhecimentos médicos contra as leis da Humanidade.


E juraste tudo isso de forma solene, livre e sob a tua honra.

E por isso, hoje te peço para me matares. Quero morrer com dignidade. Quero que respeites a minha vontade. Quero que tomes consciência que tenho esse direito.

E por isso te peço...

Mata-me agora, pois não aguento mais a agonia.
Mata-me já, porque a respiração que me invade é crucialmente insuportável.
Mata-me, sem pena.
Não me deixes a morrer, a sentir cada facada de dor, cada ausência de mobilidade.
Tem piedade do que resta de mim e acalma-me esta ânsia de querer morrer.
Deixa-me descansar e sucumbir à leveza de espírito.
Mata-me, por compaixão. Estou tão cansado deste corpo que definha a cada hora.
Mata-me, por favor... Deixa-me perecer com a réstia de dignidade que a vida me deixou.

Mata-me...

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