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16 de janeiro de 2015

Espectro

Quem és tu? Eu sei que andas aí! Diz-me quem és! O que andas aqui a fazer?!
Eu sei que estás por aqui; eu consigo sentir-te. E já te ouvi algumas vezes. Mas, por qualquer razão que desconheço, não te consigo ver. Procuro-te sempre no vazio, mas nada consigo distinguir.


Mas eu sinto-te aqui. Sinto a tua presença que desesperadamente tentas ocultar nos recantos do meu quarto escuro. Sinto o ar gélido que rodeia o meu rosto na almofada quando te aproximas de mim e me tentas tocar. Consigo ouvir os teus passos flutuantes no corredor quando me segues pela casa como uma sombra. Consigo sentir os teus olhos curiosos a espiar-me descaradamente quando estou sozinha no banho. Sinto o teu vazio arrepiante na espinha sempre que te lembras de atravessar o meu corpo, apenas para me lembrares que andas por aqui.

Afinal, que queres tu de mim? Eu sei que me ouves; e acredito que o meu sono te vê. Ele fala contigo! Porque lhe respondes a ele, e não falas comigo num dialecto que eu entenda?!

Eu sinto-te aqui. E não sei se quero a tua presença perto de mim. Não sei se me queres bem; nem sei se me queres mal. Só sei que te desejo paz; desejo que encontres o que tão desesperadamente procuras.

Vai-te embora. Vai! Não tenho medo de ti! Deixa-me em paz, e encontra a tua...

2 comentários:

  1. querida cláudia, escreves com muito sentimento, tantos que nem sei de fato o que eles causam em mim. gostaria de indicar a editora andross, ela tem boas propostas para escritores iniciantes, seria ótimo ver alguma publicação sua um dia.
    abraços
    http://desconstruindoblog.blogspot.com.br/

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    1. Obrigada pelas suas palavras! Fico muito feliz por conseguir transmitir essas sensações aos meus leitores. Irei, sem dúvida, pesquisar sobre a editora! Um beijinho e bem haja!

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