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10 de maio de 2016

Dias de chuva

Sinto-a como sinto a chuva. Inconstante, fria e irremediavelmente precisa. 

Não interessa que seja tempo de calor, porque o tempo da chuva é quando ela quer. E o tempo dela é quando ela quer também.


E eu sei que a chuva é necessária; porque como os campos precisam de ser regados, também eu preciso da presença dela para florescer.

Lembro-me agora que em tempos fui o teu sol. Recordo-me de me teres permitido derrubar as tuas nuvens escuras, e de passarmos tempos e tempos em tempestades de sorrisos, amor e luz. Mas também eu tenho os meus dias tenebrosos. E naquele dia, naquele fatídico dia, fiz-te chorar. Deixei que um dilúvio levasse tudo o que de bom vias em mim.

E choraste tanto, meu amor, Choraste rios e mares sem fim. Choraste naquele dia e ainda hoje choras. Nunca mais a minha luz foi suficiente para te iluminar os dias. Nunca mais o calor que te sentia foi suficiente para levar as tuas lágrimas. E hoje és a chuva que me arrefece o âmago, porque também eu um dia te deixei chorar.

Perdoa-me, meu amor por todos os dias de chuva que hão-de vir.
Prometo, meu amor, que o sol voltará um dia para te aquecer.
Mas hoje não. Hoje é mais um dia de chuva; um dia inconstante, frio e irremediavelmente preciso.
E como eu te preciso...

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