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18 de maio de 2015

Não me largues


Fala comigo. Diz o meu nome. Agarra-me nas mãos e puxa-me para ti.

O meu nome na tua boca tem outro timbre, outro sabor; e as palavras que o envolvem são tiros certeiros na minha alma. 


Tenho medo, sabes? 
Medo que nada disto seja real e que no instante em que adormeça nos teus braços, tudo se transforme numa névoa distante. E tenho medo do quão real tudo se tornou desde o momento em que te beijei pela primeira vez. Tenho medo que te canses de me ouvir dizer tantas vezes que és perfeito para mim. E tenho medo de não to dizer vezes suficientes. O receio de te ver ir embora é tão maior que a vontade de te ver outra vez. E sempre que te tenho, assusta-me a falta que me fazes. 
Quero-te todos os dias, o dia todo. E querer-te assim, é inconcebível. Ter-te só para mim seria cruel.

Mas tenho medo de largar a tua mão, e que me fujas por entre os dedos para não mais voltar ao recanto do meu abraço.

Por favor, não me largues... Prende-te comigo neste quarto vazio de lamentações. Amarra-te ao meu corpo despido de vergonhas. Aprisiona-me nos teus braços, enquanto te acorrento ao meu coração. Só tu me conheces assim: sem as camadas frias e rochosas que a vida formou ao redor do meu âmago. Só tu conseguiste derrubar a muralha que mantia o meu coração gelado. Nem tu sabes o poder que tens sobre mim. 

Por isso, não me largues... Não enquanto te permitir(es) alimentar de mim, enquanto conseguir(es) matar esta fome que só um amor assim pode saciar...

Por favor, não me largues!

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