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13 de abril de 2016

O beijo dela

Não sei o que ela tem, mas sei que o beijo dela me tem. 

Não sei se é pelos lábios macios ou pela língua atrevida; talvez seja pelos braços sedentos do meu abraço ou pelas mãos que procuram as minhas.


Desconfio que o beijo dela seja o melhor beijo do mundo, e não há nenhum beijo tão diferente como o beijo dela. É daqueles beijos que matam por dentro se não forem roubados com regularidade. E eu sei que já troquei beijos com muitas mulheres, mas nenhum beijo me intrigou tanto como o beijo dela. 

O beijo dela mascarava-se de vergonha, mas assim que os nossos lábios se conheceram, todos os outros beijos se tornaram tímidos. Ela não beija só com a boca; ela envolve o beijo na sua existência e no seu carinho, abraça com força e todo aquele ritual transcende qualquer desejo imaginável ao comum mortal.

Desde aos demorados e sensuais aos repenicados e barulhentos, os beijos dela enchem o meu dia de cor e soube que ela seria a última mulher na minha vida quando comecei a querer o beijo dela todos os dias.

Ela tem uma forma caricata de ser, com as suas roupas adequadas a cada situação, e com os sapatos a fazer pandã com as malas; mas veste pijamas desemparelhados, usa meias de criança com bonecos e nunca combina o sutiã com os shorts de cintura subida. Só se maquilha quando lhe apetece, mas tem sempre as unhas arranjadas. Esquece-se da roupa à chuva, mas nunca deixa um beijo por dar. E assim ela é com os beijos: caricata.

Talvez por isso sejamos perfeitos um para o outro.
E porque, beijoqueiras à parte, não sei viver sem a trapalhada dela na minha vida.

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