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5 de junho de 2017

Auroras

A madrugada termina com a claridade do nascer do sol a entrar pelas frestas da janela do quarto. Deixo a pequena a dormir na cama e vou ver o nascer do sol à varanda. As cores quentes do céu contrastam-se claramente com o frio matinal que se impõe numa manhã que podia ser como outra qualquer. O chilrear dos pássaros é a única melodia que me acompanha e, por momentos, deixo-me a saborear o silêncio da nossa casa antes de me render ao sono quebrado pelo riso da minha filha há uma hora atrás. 

Deito-me ao lado dela e não poderia estar mais certa de que nada me falta para ser feliz. Perco noites, perco dias, perco a paciência por vezes. Salto refeições, ignoro o cotão ao canto da sala, descuro os amigos por vezes, também. 

Esta manhã podia ser como outra qualquer, mas não é. É como as últimas 75 manhãs: abençoadas. Porque tenho uma Aurora só para mim. Uma Aurora que me dá razões para viver todos os dias a querer ser uma pessoa melhor do que fui ontem. Que me inspira a ver o lado colorido da vida. Que me ensina as prioridades no mundo. 

O frio que se sente é o frio que a colocará à prova quando ela crescer. São as adversidades que ela terá no caminho da vida. Mas ela é especial, magnífica e poderosa como é o nascer do dia. Assim como o sol nasce para aquecer o mundo, também a Aurora nasceu para aquecer o meu mundo, a minha vida, a minha existência. 


Aurora, meu tesouro, dorme bem. A mãe vai dormir, sem precisar de sonhar...

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