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2 de dezembro de 2015

Momento


Posso pedir-te para ficar?

Fica. Só mais uns instantes. 

Deita-te comigo e espera que os meus olhos cedam ao sono. Deita-te aqui ao meu lado e abraça-me até de manhã.


Não vês que preciso de ti? Que preciso de te sentir aqui, junto a mim? Não entendes que é a ti que eu quero, tal e qual como és? Com todos os teus defeitos e com todas as tuas imperfeições? 

Quero-te de corpo e alma, mas o teu aconchego vazio de calor apenas me diz que nada mais existe dentro de ti. O coração que te alimenta as veias está oco de mim; de nós. E mesmo assim, os teus braços prendem-me a ti com a força de um titã. Seguras-me junto a ti como se a tua vida dependesse desse último momento antes de saíres pela porta.

É isso que sou para ti? Uma âncora que te prende a um porto de abrigo? Uma razão que te mantém fiel a um lugar seguro? Diz-me! Sou apenas isso? Uma luz que te mantém à tona do oceano escuro em que deixaste afogar o nosso amor?

Se ser o farol que te guia é isto, então peço-te que te percas. 

Perde-te pelo mundo e descobre-te na minha ausência. Perde-me de vista, e encontra-me na saudade de me ter nos teus braços.

Se não me encontrares, perde-te mais um pouco. Serei a tua perdição até que me encontres como tua.

Quero-te perdido em mim, e quero perder-me nos teus braços; agora e sempre.

Nunca antes ganhei tanto em deixar-me perder por completo.

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