Percebi que não era eu que te fazia feliz quando os teus olhos brilharam com a melodia de um nome que não o meu.
Percebi que nunca iríamos conquistar o mundo lado a lado, quando tantas vezes o teu silêncio tomou o lugar da tua presença.
Percebi que tinha de seguir o meu caminho quando a tua mão deixou de segurar a minha, como se a tua vida dependesse disso.
Percebi que nunca poderias entender o quão fácil é perdermo-nos um do outro, o quão rápido o tempo passa e o quão longe fomos ficando. Percebi-o quando a saudade deixou de doer no teu peito, e os teus sonhos se tornaram tão maiores que eu.
Percebi que te amo mais a cada dia que me permito viver a vida, sem meramente passar por ela, mesmo que não a entenda, mesmo que não estejas aqui.
Percebi que nunca serei o teu amor, porque amor com amor se paga. E tu és pessoa de ninguém, pessoa do mundo, persona non grata nesta coisa dos amores eternos e bonitos.
Percebi que deixei de ser a tua caixinha de segredos, o teu livro de conselhos ou o teu confessionário quando tudo passou a ser um mistério indecifrável. Quando nenhum de nós conseguia já perceber o que éramos um ao outro.
Percebi que posso viver com isso. Mais ainda, percebi que posso ser e viver feliz com isso. Por ti. Posso e serei feliz por ti. Porque acredito que a vida é feita de entendimentos. E entendi que assim será. Serás feliz, e eu também.
Mesmo que, para isso, tenha de morrer um bocadinho primeiro.
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