Quero-te fora de mim. Fora da minha cabeça inundada de pensamentos pecaminosos que tu incutiste, com esse teu corpo devasso e guloso.
E quero-te dentro de mim. Dentro do meu íntimo que ferve com a sede que tem do teu toque tão explícito e desenvergonhado.
Quero que me largues. Larga-me a mão que tão arduamente procura entrelaçar-se na tua pelos recantos da cama que desfizemos e que nunca será nossa.
E quero que me prendas; que tranques os teus braços nas minhas costas que fogosamente arranhas, sem nunca me magoar (demasiado).
Quero que me hidrates este corpo faminto de prazer; corpo a que só tu sabes matar a secura.
Mas beber-te é como matar a sede com água do mar: quanto mais te bebo, mais sede te tenho.
A causa da minha morte será o que me dá vida.
Amo-te, e amo embeber-me em cada pedaço de ti.
Mas tu matas-me.
Nunca serás apenas e só o suficiente para me matar a sede, como um rio claro e translúcido; porque nunca deixarás o sal que te corrói. Serás sempre esse mar de desejo, de pecado e de tortura.
E assim, viverei enquanto te bebo; beber-te-ei enquanto me matas.
Morrerei de sede, mas morrerei saciada.
Sinceramente adorei o artigo, a estória!
ResponderEliminarMuito bem escrito, conciso, conta uma história não de encantar mas em que as palavras, "morrer, pecado, sede e prazer ", de certa forma se interligam numa história de " amor triste " .
Obrigada pelas suas palavras. Fico contente por saber que a mensagem chega ao leitor como imaginei. Beijinhos.
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